quarta-feira, 19 de outubro de 2011

PONTO DE UNIÃO


Sou eu o culpado de tudo.

Fui eu que plantei todo mal que resgato.

Ninguém tem culpa do meu desequilíbrio.

Fui eu que me acostumei a ser fraco, sou eu que me acomodei com a fraqueza e esqueci que sou forte.

Sou eu que colho ódio, a mágoa, o rancor, o ciúme e planto, assim, mais desarmonia.
Sou eu que insisto em me deixar levar pela desarmonia.
Sou eu que insisto em permitir o caos e a revolta com a pessoa que convive comigo.

Sou eu que insisto em ver somente falhas.
Sou eu que insisto em transferir toda minha culpa para quem já tem suas próprias culpas para expiar.

Sou eu que não sei compreender. Sou eu que não sei enxergar. Sou eu que não sei ensinar. Sou eu que não sei me corrigir. Sou eu que não sei aceitar.

Sou eu que só sei transferir a revolta que tenho do meu ser para a pessoa que convive comigo.

Sou eu quem não ajuda. Sou eu quem não entende. Sou eu que só sei culpar.

Eu sou o culpado de tudo.

Se eu não fosse o culpado, não sofria.

Sou eu um ser imperfeito.
Sou eu que só enxergo imperfeições.
Não me compete ver a imperfeição da pessoa que convive comigo.
Se não sei compreender e se não sei enxergar e se não sei ensinar, quem sou eu para cobrar e apontar?

Eu só tenho que ver que eu sou culpado na minha parte nessa desarmonia.
A outra parte compete a quem vive comigo.
Somente se eu me equilibrar, é que eu tenho condição de demonstrar com atitudes e, não, com acusações.
Eu vivo neste mundo, porque boa coisa não fui.
Eu sofro, porque boa coisa não sou.

Eu quero ser bom.
Eu quero ser equilibrado.
E não é ninguém que impede isto, sou eu o impecilho de tudo.

Eu quero ser o meu melhor amigo, e não tenho que cobrar nada de ninguém.
Eu tenho somente que mudar a mim mesmo e a mais ninguém. Não posso jamais me deixar levar pela soberbia
e pela petulância de querer me intrometer no foro íntimo de quem
já tem um tribunal para reajustar.

Eu peço perdão pelo meu desequilíbrio.
Eu peço perdão, porque me revoltei mais uma vez,
porque não voltarei a me revoltar com as injustiças que passo, porque não existe injustiça, para quem já passou a se conhecer.
Se eu não me conhecesse, está bem, que eu continuasse agindo como inconsciente. E eu preciso aprender a conviver com os inconscientes.

Perdão eu peço e perdão eu quero.
Eu sei que só receberei, se demonstrar que compreendi que ninguém é culpado do sofrimento de ninguém. E enquanto eu achar um BODE EXPIATÓRIO para o meu sofrimento, mais sofrimento eu colherei.
Por isso, evoco e peço a quem pode, que se lembre de mim, porque entendo que sem ajuda nada sou.

Quero vibrar
harmonia,
união,
simplicidade e
serenidade.

Eu agradeço
e agradeço essa
lapidação
que me faz
pagar o que não
lembro, mas devo.

Salve os Deuses,
Guias e Protetores,
que guardam e
guiam a minha cabeça.

Salve a direita e
salve a esquerda minha e de quem convive
comigo.

Texto de autoria
do RACIONAL SUPERIOR
dos Livros
UNIVERSO EM DESENCANTO

domingo, 8 de maio de 2011

Saudade!

Minha amada avó, quanta saudade deixaste...
Em meu peito a dor não cabe
Em meus olhos as lágrimas escorrem
Em meu coração, a saudade...
Tua missão foi cumprida, agora és anjo de luz, que daí de cima olha por nós...
A sua falta se faz presente em tudo, seu cheiro transcende a qualquer mudança feita...
Esse azul que carrega nos olhos, agora junta-se ao do céu, deixando-o cada dia mais lindo!
Fica em paz, Vó!
Siga sua caminhada, agora perto dos filhos e marido, e seja feliz onde estiver!

TE AMO

Caminho da Vida!



Eis que ao céu foi erguida Vossa Majestade, em um dia
brilhante e azul, parecia até refletir seu olhar sobre a humanidade, estava
coberta em plumas brancas reluzentes , acompanhadas de Cavaleiros Guardiões que
seguiam em marcha cadenciada na direção do seu filho que ela tanto sonhara. Recepcionada
com o mais lindo arco-íris de pétalas, pôs a mão para fora da Carruagem,
enquanto outra a esperava serenamente, nos degraus da porta. Não mais olhou
atentamente para os degraus, mas sim, profundamente nos olhos de quem a segurara
pela mão, quando seus pés tocaram a pura seda em forma de nuvem, uma luz foi
refletida em toda dimensão celestial e quando mãe e filho se abraçaram, a paz
tomou conta de todos aqueles que os têm no coração! Abraço longo, apertado, sem
palavras, em silêncio ouviam o som da eternidade.
Enquanto o Universo pairava sobre seus espíritos, no abraço infindável,
notas de clarinete eclodiam das suas auras musicando tamanha felicidade. E Logo
o coral se fez, em cantoria dava as boas vindas a mais ilustre daquela cidade. Diva,
Em nome e Força! Todos os familiares esperavam ansiosos e todos receberam o
mesmo abraço caloroso que fora dado no seu primeiro filho. O marido, sorridente,
enfim poderia tê-la ao seu lado integralmente, sua filhinha poderia desfrutar
dos ensinamentos da mãe e seus pais poderiam reviver todos os momentos em que
foram felizes.
Depois da recepção calorosa e dos abraços duradouros, todos
olharam para a Terra e viram uma família em prantos e eles sabiam o tamanho da
dor, pois também despejaram suas lágrimas no solo de Campina, enquanto viam sua
Diva, triste, em uma casa de máquinas!
Agora, eles olham e cuidam, de todos os corpos naufragados, sussurram
nos ouvidos palavras sábias, massageiam os corações, cantarolam para dormir,
recita poesias de bom dia ao amanhecer, iluminam os caminhos para florescer a
vida e dão as mãos em União para a junção integral da Família!

Que Deus esteja convosco hoje e
sempre!


Texto lindamente escrito para minha amada avó  -que tão cedo se foi - pelo meu grande e fiel amigo, Tancredo, um ser de luz, com alma de poeta!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Prece para quem se ama

 
 
Desejo que a sua vida inteira seja abençoada, cada pequenino trecho dela, em toda a sua extensão. Que cada bênção abrace também as pessoas que ama e seja tão vasta que leve abraço a outros tantos seres, sobretudo àqueles que mais sofrem, seja lá por que sofrem. Desejo que os nós que apertam o seu coração sejam gentilmente desatados e que os sentimentos que os formaram se transformem na abertura capaz de criar belos laços de afeto. Desejo que o seu melhor sorriso, esse aí tão lindo, aconteça incontáveis vezes pelo caminho. Que cada um deles crie mais espaço em você. Que cada um deles cure um pouco mais o que ainda lhe dói. Que cada um deles cante uma luz que, mesmo que ninguém perceba, amacie um bocadinho as durezas do mundo.

Desejo que volte para o seu mar quantas vezes forem necessárias até encontrar o seu tesouro. Que quando encontrá-lo, não seja avarento. Que descubra maneiras para compartilhar a sua felicidade, o jeito mais gostoso para se expandir a riqueza. Desejo que quando os ventos da mudança ventarem mais forte, e sentir medo de ser carregado junto com tudo o que parecerem arrastar, você já conheça o lugar onde nada pode arrastá-lo. Que já saiba maneiras de respirar mais macio, quando as circunstâncias lhe encurtarem o fôlego. Que, com o passar do tempo, a sua alma se torne cada vez mais maleável, mas que seja firme o bastante para nunca desistir de você.

Desejo que tudo o que mais lhe importa floresça. Que cada florescimento seja tão risonho e amoroso que atraia os pássaros com o seu canto, as borboletas com as suas cores, o toque do sol com seu calor mais terno, e a chuva que derrama de nuvens infladas de paz. Desejo que, mais vezes, além de molhar só os pés, você possa entrar na praia da poesia da vida com o coração inteiro e brincar com a ideia que cada onda diz. Que, ao experimentar um caixote ou outro, não se arrependa por ter entrado na água, nem desista de brincar. Todo mundo experimenta um caixote ou outro, às vezes um monte deles, quando se arrisca a viver. O outro jeito é estar morto. O outro jeito é não sentir.

Desejo que não tenha tanta pressa que esqueça de colher estrelas com os olhos, nas noites em que o céu vira jardim, e levar para plantar no seu coração as mudas daquelas mais luzentes. Que tenha sabedoria para encontrar descanso e alimento nas coisas mais simples da vida. Que a cada manhã a sua coragem acorde bem juntinho de você, sorria pra você, e o convide para viverem uma história toda nova, apesar do cenário aparentemente costumeiro. Que tenha saúde no corpo, saúde na alma, saúde à beça.

Desejo que encontre maneiras para ser feliz no intervalo entre o instante em que cada dia acorda e o instante em que ele se deita pra dormir, porque a verdade é que a gente não sabe se tem outro dia. Que quanto mais passar a sua alma a limpo, mais descubra, mais desnude, mais partilhe, com medo cada vez menor, a beleza que desde sempre você é. Que se sinta livre e louco o bastante pra deixar a sua essência florir.

Não importa quanto tempo passe, não importa onde eu esteja, não importa onde esteja você, abra os olhos pra dentro e ouça: o meu coração estará dizendo esta mesma prece de amor para o seu. Amor incondicional, exatamente como neste instante. Não importa o quanto a gente mude, o quanto a distância aparente nos afastar, isto que sinto por você, eu sei, não muda nunca mais.
 
Ana  Jácomo

Amor de gente grande é assim...



Amor de corpo inteiro. Um amor que transcende, transpira, transborda.
Amor com mãos e pés. Com dedos, braços, pernas, barriga, pele e abraços.

Um amor que surpreende, sem nada inventar, sem precisar exagerar, sem ter de sempre entender. Simplesmente ser... preencher, existir!
Amor que não investiga, que não desconfia, que não acusa.

Amor de palavras, mas também de silêncio. Um silêncio que aquieta o coração, que acaricia a alma e alivia as dores! Amor que esvazia, que abre espaço, que permite.

Amor sem regras, sem pressões, sem chantagens. Amor que faz crescer.
Amor de gente grande, de coração gigante, de alma transparente.
Amor que permanece. De mim para mim, de mim para você, de você para mim.

Amor que invade respeitando, que adentra acariciando, que ocupa com leveza. Amor sem ego. Que acolhe, perdoa, reconhece.

Amor que desconhece para conhecer, que nunca lembra porque não esquece! Amor que é... assim, sem mais nem menos, sem eira nem beira, sem quê nem porquê.

Simplesmente simples, despretensioso, descontraído, desmedido. De uma simplicidade tão óbvia que arrasta, que envolve, que derrete.
De uma fluidez tão liquida que escorre, que desliza, que não cristaliza.

Amor que não se pede, que não se dá, porque já é! Para nunca precisar procurar, para nunca correr o risco de encontrar, porque já está! E o que quer que ainda possa surgir... besteira!

Fique, permita-se, comprometa-se! Simplesmente amor...

Você consegue?

Rosana Braga